quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Por que listar os campeões brasileiros de futebol?


Por três motivos: porque é possível fazer uma lista sem clubismos, baseada apenas em fatos e bom senso; porque o campeonato brasileiro de futebol, de fato, existe desde 1950; não, desde 2003, ou 1989, ou 1971, ou 1967 ou 1959; e porque a definição de um campeão brasileiro está intimamente ligada à criação da Copa Libertadores.

Este site, pois, ao buscar conciliar as três premissas acima, assume postura totalmente nova no debate sobre quais são os campeões brasileiros e quantos títulos cada clube possui.

Os Campeonatos Brasileiros de Futebol

I. A Liga Nacional

É fato que houve tentativas anteriores a 1950 (a última que conseguiu apontar um campeão foi em 1936), mas foi somente nesse ano que se estabeleceu, de maneira praticamente ininterrupta (a exceção de 1956), um campeonato interestadual de clubes no país. O torneio após um período de consolidação em que se manteve regional, a partir de 1967, com o esgotamento do modelo anterior, iniciou expansão gradual até a farra dos anos 70. Assim, a liga, primeiramente, contava apenas com clubes da Guanabara e de São Paulo; depois, também com gaúchos, mineiros e paranaenses (1967); e baianos e pernambucanos (1968). Até 1970, a classificação ficava a critério das federações estaduais, geralmente considerando a classificação no campeonato regional do ano anterior.

Em 1971, o que houve apenas foi o fato de a CBD/CBF encampar um torneio que já existia e trocar-lhe o nome. Só o que a CBD fez foi acrescentar representação do Ceará. De resto, manteve os clubes e os estados participantes do Robertão/Taça de Prata. Houve igualmente uma "Segunda Divisão", mas sem rebaixamento, nem Acesso. Logo, as mudanças em relação ao ano anterior (Taça de Prata de 1970) foram: a organização pela CBD; a fórmula da disputa; a mudança do nome; uma Segunda Divisão, e a participação de uma equipe do Ceará. Para que a tese de que o Campeonato Brasileiro tenha começado somente em 1971, alguma dessas mudanças DEVE ser ESSENCIAL, seja o conjunto delas ou apenas uma delas:

a) a organização pela CBD não pode ser, pois a Taça Brasil também era e ela já existia antes de 1971;
b) a fórmula da disputa não pode ser, pois só foi utlizada em 1971;
c) a mudança do nome não pode ser, pois houve alteração em 1975, 1981, 1989, etc;
d) uma Segunda Divisão não pode ser porque ela foi abandonada entre 1973 e 1979;
e) a participação do Ceará, mas essa dever ser descartada porque esse estado também tinha representação na Taça Brasil.

Não há motivo nenhum para se estipular 1971 como início do campeonato nacional. Principalmente, se considerar-se o fato de que desde 1968, a CBD já participava da organização e concedia a Taça de Prata ao campeão do Robertão.

A expansão no número de participantes e a inclusão de novo estados seguiu-se até 1979. Em 1972, o critério de participação seguiu sendo convite, mas os estados de AL, SE, RN, AM e PA passaram a ter representante. Em 1973, voltou-se a ter divisão única, e todos os Estados passaram a ter representante. Em 1975, houve nova mudança de nome, e de "Campeonato Nacional de Clubes" passou a ser "Copa Brasil". Em 1979, o modelo chega ao seu limite. A liga é disputada por 96 clubes, com os paulistas, a exceção de Palmeiras e Guarani, recusando-se a participar.

Em 1980, há uma nova transformação, inspirado no antigo Rio/São Paulo e na Taça Brasil, o critério de participação passou a ser a campanha no Estadual. Em 1981, nova mudança de nome, entrando em cena a "Taça de Ouro" (basicamente o nome até 1986). Estabelece-se um campeonato com dois grupos, um de "Grandes" e outro de "Pequenos"; algo que se repete em 1987, 1993 e 2000. Em 1985, a CBF criou um ranking e o utilizou como critério de participação, além da campanha no Estadual, como faz agora na Copa do Brasil.

Em 1987, os grandes clubes do Brasil não suportam mais a forma como o campeonato é organizado, e rompem com a CBF. É disputada a Copa União, só com os grandes e convidados, e esses se recusam a disputar o título nacional contra os clubes do torneio da Confederação. Em 1988, sela-se a paz que permite a criação do Campeonato Brasileiro no ano seguinte.

Em 1989, tem-se a primeira edição do Campeonato Brasileiro de Futebol com esse nome, com primeira e segunda divisões, acesso e descenso, etc. Apenas em 2000, a CBF nega-se a organizar o torneio, que fica a cargo do Clube dos 13 (Copa João Havelange). Em 2003, ocorre a última mudança significativa, com a implementação de um campeonato em turno-e-returno por pontos corridos.

Assim, é possível determinar as fases de desenvolvimento da liga nacional:
a) Tímidas tentativas: até 1936.
b) Hiato (em que se houve tentativas, nenhuma apontou campeão): de 1937 a 1949.
c) Consolidação (limitada a Rio e São Paulo): de 1950 a 1966;
d) Expansão e Inclusão: de 1967 a 1979;
e) Volta às Origens (classificação pelos estaduais): de 1980 a 1986;
f) Turbulência: de 1987 a 1988;
g) I Campeonato Brasileiro (com fase classificatória e finais): de 1989 a 2002;
h) II Campeonato Brasileiro (pontos corridos em turno-e-returno): desde 2003.

Todos essas fases, a exceção de "Hiato", por razões óbvias, possuem argumentos para serem contabilizadas como marco para o início de contagem dos títulos nacionais. Note-se, porém, que nenhuma inicia em 1971. Para este site, pelos motivos expostos, considera-se o marco inicial de contagem de títulos em 1950. Sendo assim, entende-se que todos os campeões da liga nacional desde esse ano são campeões brasileiros.

Porém, isso trata apenas parte do problema. É impossível falar de campeões brasileiros sem tratar da Taça Brasil e do surgimento da Copa Libertadores em 1960.

II. As Taças e a Libertadores
A idéia de se ter um campeão nacional, em primeiro lugar, surgiu com a necessidade de se indicar um representante brasileiro a Libertadores. Esse é o motivo da criação da Taça Brasil em 1959, que veio substituir o Campeonato Brasileiro (torneio em mata-mata entre seleções estaduais). À época, quando se iniciou o torneio, ele era o verdadeiro campeonato nacional, sendo o seu campeão reconhecido como campeão brasileiro de fato e de direito.

O fato de a Taça Brasil ter sido extinta após perder força pelas transformações ocorridas no Brasil, que abriram a possibilidade da ampliação do Roberto Gomes Pedrosa e o estabelecimento de uma liga mais abragente nacionalmente, não lhe retira os méritos, nem lhe apaga a história. A perda da queda-de-braço com a liga e a sua extinção não afastam o que ela foi: um torneio para estabelecer um campeão nacional e o(s) representante(s) do Brasil na Libertadores. Não há diferença, portanto, entre um campeão da Taça Brasil e o campeão do Campeonato Brasileiro de 2008.

Em 1989, há uma nova transformação do futebol brasileiro que passa despercebida por muitos: surge um "Campeonato Brasileiro de Futebol" com esse nome. Como a classificação para a liga nacional deixa de ser feita através dos estaduais, é criada a "Copa do Brasil" para cumprir essa função. Depois de 21 anos, o Brasil passaria a ter novamente dois torneios nacionais. Ademais, ambas competições receberam o mesmo peso: seus campeões seriam os representantes brasileiros na Libertadores. Novamente, competições nacionais são estabelecidas com o objetivo de determinar os campeões brasileiros para representarem o país na competição sul-americana.

A Copa do Brasil sofreu diversas mudanças na medida em que foi modificando sua importância -para mais e para menos. Porém, nunca seu campeão deixou de disputar uma Libertadores. Aliás, duante dez anos, entre 1989 e 1998, a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro se equivaliam; a ponto de chegarem a ser disputados em semestres distintos.

Em 2000, a Taça Libertadores cresce, e o Brasil passa a ter 4 representantes. A CBF determina, em 1999, que sejam o campeão da Copa do Brasil e os 3 primeiros do Campeonato Brasileiro (o 3º colocado seria definido num torneio denominado "Seletiva para a Copa Libertadores"), os representantes nacionais da Libertadores do ano seguinte.

A partir de 2000, haveria uma nova competição: a Copa dos Campeões. A Copa dos Campeões era disputada pelos melhores times dos torneios regionais (Paulista, Carioca, Rio-São Paulo, Sul-Minas, Nordeste, Centro-Oeste e Norte), e essa também teria o seu campeão como representante brasileiro na Copa Libertadores. Tanto a "Seletiva" quanto a vaga para o 3º colocado do Campeonato Brasileiro desapareceram, ficando as vagas para os três campeões nacionais e o vice do Campeonato Brasileiro (ou da Copa João Havenlange).

O fato de a Copa dos Campeões ter sido extinta após perder força pelo fim dos campeonatos regionais e estabelecimento de um Campeonato Brasileiro em turno-e-returno por pontos corridos, não lhe retira os méritos, nem lhe apaga a história. A perda da queda-de-braço com a liga e a sua extinção não afastam o que ela foi: um torneio para estabelecer um campeão nacional e um representante do Brasil na Libertadores. Déjà vu? Pois guardadas as proporções a história é mesmo similar à da Taça Brasil.

Por essa vinculação histórica e direta entre os campeões brasileiros e a Copa Libertadores é que se incluiu na classificação abaixo, todos os campeões de torneios que classificaram à competição sul-americana; Taça Brasil, Copa do Brasil e Copa dos Campeões incluídas. Além da Taça Brasil de 1968, porque não teria qualquer motivo para incluir a competição e excluir uma de suas edições só porque não levava a Libertadores.

Considerando o que foi exposto, na listagem "Os 22 Campeões do Brasil no Futebol" abaixo, estariam todos os campeões brasileiros dignos desse nome.

Perguntas Freqüentes

1. Para qual(is) time(s) torce(m) o(s) responsável(is) por este site?

2. O que vocês acharam da oficialização dos títulos pré-1971 feita pela CBF?

3. Quais são os campeonatos cujos títulos são considerados nacionais por este site?
3b. Como é possível haver mais de um campeão por ano?

4. Como um torneio envolvendo dois estados é considerado "nacional"?
4b. Por que não foram considerados os torneios Rio-São Paulo mais recentes?
4c. Por que não foi considerado o Rio-São Paulo de 1933, os torneios interestaduais de clubes de 1920 e 1936 ou sem envolver equipes paulistas e carioca, como o "Torneio da Legalidade", o Sul-Brasileiro de 1962?

5. Quais foram os títulos divididos?
5b. Por que, apesar de constar na lista, eles não são computados?

6. O que significa a distinção entre Liga e Taça?
6b. Quais torneios são "Liga" e quais são "Taça"?
6c. Como fica o ranking caso se separe "Liga" e "Taça"?

7. Por que o Flamengo não é considerado campeão em 1987 (mesmo após o reconhecimento da CBF)?

8. Por que o Torneio dos Campeões de 1969 não é considerado campeonato nacional?

9. Por que a Supercopa de 1990 não está incluída?
9b. Se houvesse ocorrido outras edições, quais seriam os campeões?

10. Quem são os campeões invictos?

11. Quantos títulos brasileiros já foram disputados ao todo até agora?
11b. Quais foram o 1º, o 10º, o 25º, o 50º e o 75º campeão brasileiro?
11c. Quais as competições com maior número de participantes?

12. Como fica a divisão dos títulos por estado?

13. Quem são os maiores vice-campeões?

14. Quais as principais fontes do site?

Respostas:

1. Para qual(is) time(s) torce(m) o(s) responsável(is) por este site?

Para evitar argumentos contra à pessoa, prefere-se não divulgar esse tipo de informação. No entanto, é possível afirmar que não há palmeirense (líder absoluto desde 1993) responsável por este site.

2. O que vocês acharam da oficialização dos títulos pré-1971 feita pela CBF?
Em dezembro de 2010*, a CBF, em cerimônia oficial, oficializou os títulos do Robertão/Taça de Prata e da Taça Brasil como campeões brasileiros. Nós entendemos que tal cerimônia foi a manifestação de uma atitude ridícula e demagócica. Nada mudou com a "oficialização" ou "unificação". Quem já era campeão, continua sendo.

De certa forma, concordamos com Tostão, ele não se tornou campeão brasileiro em dezembro de 2010, mas em 1966. Não havia necessidade nenhuma de se confeccionar novas faixas, medalhas e troféus para simbolizar algo que já existia; inclusive medalhas, faixas e/ou troféus da época. Foi tudo errado; e as críticas recebidas, merecidas.

A confecção de dossiê, a demanda por uma manifestação da CBF e a cerimônia são o retrato da mentalidade cartorária brasileira: algo só existe no mundo se carimbado e autenticado. Este site não busca reconhecimento oficial algum. Apenas queremos registrar aquilo que entendemos ser "ser campeão nacional"; o que é amplamente passível de discussão.

Reconhece-se que não se trata de um trabalho definitivo. Há diversas questões que podem merecer melhor tratamento -mas que nos escapam-, e outras que não foram enfrentadas. Por exemplo, o fato de não se ter tratado sobre o período anterior a 1950, não significa que esse seja irrelevante ou inexistente.

A cerimônia, se teve algo de positivo, foi fortalecer o debate. Mas somente isso, e nada mais.

*Este site existe desde agosto de 2009. É anterior, portanto, ao "reconhecimento" da CBF.

3. Quais são os campeonatos cujos títulos são considerados nacionais por este site?
3b. Como é possível haver mais de um campeão por ano?

Os campeonatos considerados são estes:
a) Torneio Rio-São Paulo (4), de 1950 a 1953;
Campeões: Corinthians, 2; Palmeiras e Portuguesa, 1.
b) Torneio Roberto Gomes Pedrosa
* (13), de 1954 a 1955; e de 1957 a 1967;
Campeões,• Primeira Etapa (12 edições,
1954-1955, 1957-1966): Santos, 2+; Fluminense, 2; Botafogo, 1+; Corinthians e Vasco da Gama, 1-; Palmeiras, Portuguesa e Flamengo, 1.
Campeão, Segunda Etapa (1 edição, 1967): Palmeiras, 1.

c) Taça de Prata (3), de 1968 a 1970;
Campeões: Palmeiras, Santos e Fluminense, 1.
d) Campeonato Nacional (4), de 1971 a 1974;
Campeões: Palmeiras, 2; Atlético Mineiro e Vasco da Gama, 1.
e) Copa Brasil (9), de 1975 a 1980; de 1984; e de 1986 a 1987;
Campeões, Pré-Taça de Ouro (6 edições, 1975-1980): Internacional, 3; São Paulo, Guarani e Flamengo, 1.
Campeões, Pós-Taça de Ouro (3 edições, 1984, 1986-1987): Fluminense, São Paulo e Sport, 1.

f) Taça de Ouro (4), de 1981 a 1983; e de 1985;
Campeões: Flamengo, 2; Grêmio e Coritiba, 1.
g) Copa União (1), de 1988;
Campeão: Bahia, 1.
h) Copa João Havelange (1), de 2000;
Campeão: Vasco da Gama, 1.
i) Campeonato Brasileiro** (30), de 1989 a 1999; e de 2001 em diante.
Campeões, Primeira Etapa (13 edições, 1989-1999; 2001-2002): Corinthians, 3; Vasco e Palmeiras, 2; São Paulo, Flamengo, Botafogo, Grêmio, Athletico e Santos, 1.
Campeões, Segunda Etapa (17 edições, 2003-): 
Corinthians, 4; São Paulo e Cruzeiro, 3; Fluminense, Palmeiras, e Flamengo, 2; Santos, 1.
j) Taça Brasil (10), de 1959 a 1968;
Campeões: Santos, 5; Palmeiras, 2; Bahia, Cruzeiro e Botafogo, 1.
k) Copa dos Campeões (3), de 2000 a 2002;
Campeões: Palmeiras, Flamengo e Paysandu, 1.
l) Copa do Brasil*** (31), de 1989 em diante;

Campeões, Primeira Etapa (6 edições, 1989-1994): Grêmio, 2; Flamengo, Criciúma, Internacional e Cruzeiro, 1.
Campeões, Segunda Etapa (6 edições, 1995-2000): Cruzeiro, 2; Corinthians, Grêmio, Palmeiras e Juventude, 1.
Campeões, Terceira Etapa (12 edições, 2001-2012): Corinthians, 2; Grêmio, Cruzeiro, Santo André, Paulista, Flamengo, Fluminense, Sport, Santos, Vasco, e Palmeiras, 1.
Campeões, Quarta Etapa (7 edições, 2013-): Cruzeiro, 2; Flamengo, Atlético Mineiro, Palmeiras, Grêmio, e Athletico, 1.

Em relação a sobreposição de torneios num mesmo ano, quando há mais de um torneio numa mesma temporada, é natural que haja mais de um campeão. Não há nenhuma regra que diga que deva haver somente um campeão por ano, e que o torneio dito "mais importante" anule os demais; até porque importância é relativa e inconstante (torneios que valem muito hoje, foram desimportantes no passado e vice-versa), além de poder-se criar o problema de clubes conquistarem o mesmíssimo torneio, mas um valer, e o outro, não, por um duvidoso critério de importância. Portanto, entende-se que a melhor saída é: estabelecer critérios objetivos baseados na realidade e nas circunstâncias dos torneios realizados; e aplicá-los de modo que quem for campeão de campeonato que preencher tais critérios seja campeão nacional.

Somos, sim, contrários a noção de que um mesmo torneio aponte dois campeões. Nesses casos, defendemos a divisão do título; não sendo, portanto, inteiros (ver questões 5 abaixo). Porém, são casos diferentes.

* Na Primeira Etapa, participavam apenas clubes de São Paulo e do Rio de Janeiro/Guanabara; na Segunda, houve expansão para clubes de outros estados.
•Para os campeonatos de 1964 e 1966, ver reposta às questões n.º 5.
+ dividiu os títulos de 1964 e 1966.
- dividiu o título de 1966.
**Como dito no texto principal, na Primeira Etapa, o torneio era disputado com fase(s) classificatória(s) e final; na Segunda, por pontos corridos, em turno-e-returno.
***Na Primeira Etapa, participavam apenas 32 clubes, campeões de seus estados e alguns vices; na Segunda, estendeu-se a participação a clubes convidados (com critério ou não); na Terceira, clubes participantes da Libertadores não puderam a disputar. A Quarta Etapa iniciou-se em 2013. 


4. Como um torneio envolvendo dois estados é considerado "nacional"?
4b. Por que não foram considerados os torneios Rio-São Paulo mais recentes?
4c. Por que não foi considerado o Rio-São Paulo de 1933, os torneios interestaduais de clubes de 1920 e 1936 ou sem envolver equipes paulistas e carioca, como o "Torneio da Legalidade", o Sul-Brasileiro de 1962?

Porque aquele Rio-São Paulo de 1950 tornou-se o que conhecemos por "Campeonato Brasileiro". Há uma linha de continuidade que parte do Rio-São Paulo de 1950, passa pelo Roberto Gomes Pedrosa, depois o Robertão/Taça de Prata, Campeonato Nacional, Copa Brasil e por aí vai. É o mesmo campeonato, apenas aumentou-se a dimensão territorial e mudou-se os responsáveis pela organização.

Em 1950, o Brasil padecia de problemas de transporte e comunicação, pelo que o único campeonato interestadual possível era o Rio-São Paulo. Na medida em que a situação foi evoluindo, o campeonato expandiu-se até tornar-se o que conhecemos por "Campeonato Brasileiro".

Aliás, o que foi conhecido como o "primeiro Rio-São Paulo", em 1933, tinha o nome de "Campeonato Brasileiro de Clubes" e foi organizado pela, então, FBF. Entretanto, apenas clubes de Rio e São Paulo conseguiram participar; e, ainda assim, só voltaram a se reunir 16 anos depois. Ademais, é inegável que os principais centros futebolísiticos concentravam-se em São Paulo e na capital federal.

Quando o Rio-São Paulo volta, na década de 1990, os tempos são outros. E o torneio é outro. O antigo Rio-São Paulo tornara-se o "Campeonato Brasileiro", o país já estava todo integrado, e o campeonato nacional, consolidado. O torneio, portanto, ressurge como algo regional, equivalente ao Nordestão, a Copa Sul-Minas e o Torneio da Legalidade. A desconsideração de outros regionais passa pelo fato de eles não serem parte do atual campeonato brasileiro, mas torneios regionais paralelos.

Sobre a não-inclusão dos torneios interestaduais de 1920 e 1936, a intenção não é retirar-lhes a validade, como não há o de descaracterizar o torneio de 1933. O efeito é apenas colocá-los na "pré-história" dos títulos brasileiros pelo extenso período entre suas realizações e a efetivação de um torneio anual e constante. Eles foram tentativas válidas para determinar um campeão nacional ou interestadual de relevância, mas falharam na consolidação; pelo que devem constar em listagem separada. Como só se conseguiu um efetivo torneio duradouro a partir de 1950, é de aí que contamos.

5. Quais foram os títulos divididos?
5b. Por que, apesar de constar na lista, eles não são computados?

Os títulos divididos são os dos Roberto Gomes Pedrosa de 1964 e 1966. O torneio de 1964 chegou a ter a primeira partida de desempate entre Santos e Botafogo, mas acabou antes de se definir o campeão. As federações organizadoras terminaram por dividir o título entre ambos. Já o torneio de 1966 terminou num quádruplo empate. Pelo desinteresse de Santos, Botafogo, Corinthians e Vasco, não houve desempate e acabou-se por dividir o título entre os quatro.

Esses títulos, por serem título, constam na lista. Todavia, não são computados pelo simples motivo de não serem inteiros, mas apenas parte. Fôssemos considerá-los, e o Santos teria 11,75 títulos; o Botafogo 3¾; etc. Isso pode até ser verdadeiro, mas fica estranho. Isso acontece porque quando uma competição começa há apenas um título de campeão em disputa. O fato de ele ser conquistado por mais de um clube não faz com que, de repente, passe a existir dois ou mais títulos nesse determinado torneio; continua sendo apenas um. Até por isso que a expressão corrente é divisão de título, e a soma correspondente a cada clube co-campeão deve ser igual a 1.

Caso fôssemos contar, as equipes com títulos divididos se classificariam assim:
2. Sport Club Corinthians Paulista; São Paulo, SP: 12,25
3. Santos Futebol Clube; Santos, SP: 11,75
...
7. Clube de Regatas Vasco da Gama; Rio de Janeiro, RJ: 6,25
...
11. Botafogo de Futebol e Regatas; Rio de Janeiro, RJ: 3,75

Ressalta-se que isso não está errado -provavelmente é até o mais correto. Porém, como é estranho e não interfere na classificação, não estão computados abaixo. Entretanto, os títulos constam na lista (aparecem em cor diferente) e, em caso de necessidade, servirão como critério de desempate. Afinal, mesmo um quarto de título é maior que nenhum.


6. O que significa a distinção entre Liga e Taça?
6b. Quais torneios são "Liga" e quais são "Taça"?
6c. Como fica o ranking caso se separe "Liga" e "Taça"?

São considerados "Liga" os torneios em que fases eliminatórias não são predominantes para a determinação do campeão. Já as "Taça", ao contrário, têm no mata-mata sua principal característica.

Assim, são "Liga": Rio-São Paulo (1950/1953), Roberto Gomes Pedrosa (1954/1955, 1957/1967), Taça de Prata (1968/1970), Campeonato Nacional (1971/1974), Copa Brasil (1975/1980, 1984, 1986/1987), Taça de Ouro (1981/1983, 1985), Copa União (1988), Copa João Havelange (2000) e Campeonato Brasileiro (1989/1999, 2001-).

E são "Taça": Taça Brasil (1959/1968), Copa dos Campeões (2000/2002) e Copa do Brasil (1989-).

A classificação por títulos de Liga é esta:
10 títulos
1. Sport Club Corinthians Paulista**
9 títulos
2. Sociedade Esportiva Palmeiras
7 títulos
3. Clube de Regatas do Flamengo
6 títulos
4. São Paulo Futebol Clube
- Fluminense Football Club
5 títulos
6. Santos Futebol Clube*
7. Clube de Regatas Vasco da Gama**
3 títulos
8. Sport Club Internacional
- Cruzeiro Esporte Clube
2 títulos
10. Botafogo de Futebol e Regatas*
11. Associação Portuguesa de Desportos
- Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense
1 título
13. Clube Atlético Mineiro
- Guarani Futebol Clube
- Coritiba Foot Ball Club
- Sport Club do Recife
- Esporte Clube Bahia
- Clube Athletico Paranaense
Já a classificação por Taça, é esta:
7 títulos
1. Cruzeiro Esporte Clube
6 títulos
2. Santos Futebol Clube
- Sociedade Esportiva Palmeiras
5 títulos
4. Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense
4 títulos
5. Clube de Regatas do Flamengo
3 títulos
6. Sport Club Corinthians Paulista
1 título
7. Esporte Clube Bahia
- Botafogo de Futebol e Regatas
- Criciúma Esporte Clube
- Sport Club Internacional
- Esporte Clube Juventude
- Paysandu Sport Club
- Esporte Clube Santo André
- Paulista Futebol Clube
- Fluminense Football Club
- Sport Club do Recife
- Clube de Regatas Vasco da Gama
- Clube Atlético Mineiro

Clube Athletico Paranaense
*desempate pelos títulos divididos de 1964 e 1966.
**desempate pelo título dividido de 1966.


7. Por que o Flamengo não é considerado campeão em 1987 (mesmo após o reconhecimento da CBF)?
O Flamengo é o legítimo campeão da Copa União de 1987, e ninguém aqui nega isso. A questão é se é possível considerá-lo campeão brasileiro por esse título. A CBF fez isso. No entanto, o fato de reconhecermos títulos não-oficiais nos permite igualmente a questionar aqueles considerados oficiais. A oficialidade é apenas mais um fato para ser analisado no trato da questão. No caso, continua-se a entender que a Copa União não se equipara a um título nacional por diversos motivos.

Primeiro, há a determinação judicial, mesmo que a CBF tenha transformado em letra morta. A decisão da Justiça era fundamentada, e seu peso está em seu fundamento; não, na decisão em si. Quando o campeonato foi parar na Justiça Federal, essa considerou o Sport campeão pelo fato de a Copa União não ter respeitado a legislação vigente à época para organização de competições esportivas profissionais. Legalmente, ela não reunia condições para ser um torneio autônomo. Ela obrigatoriamente fazia parte de um torneio maior, torneio esse que definia o campeão brasileiro de 1987. Assim, o Flamengo, ao conquistar a Copa União, teria ganho, por força das normas vigentes sobre o torneio, apenas uma etapa do campeonato nacional daquela temporada.

Mas não é só isso. A questão legal é diferente da desportiva. A pergunta no último caso é: haveria mérito esportivo na Copa União considerar seu título como campeão nacional? Nesse caso, são basicamente dois os argumentos a serem considerados, e eles vão além da oficialidade da decisão da CBF.

O argumento de que o Módulo Verde (Copa União/Taça "João Havelange") era a Primeira Divisão não convence. Afinal, ele era formado por 16 clubes, mas as equipes classificadas em 2º (Guarani, SP), 4º (América, RJ), 10º (Portuguesa, SP), 12º (Joinville, SC), 15º (Criciúma, SC) e 16º (Internacional, SP) do ano anterior estavam todas no Módulo Amarelo (Taça "Roberto Gomes Pedrosa"). Ademais, ambos os módulos possuíam a mesma quantidade de clubes (14) que disputariam a Primeira Divisão de 1987, caso essa fosse organizada como previsto no término da temporada anterior. Ser grande e ter maior torcida não dá direito a ninguém de jogar na primeira divisão. Isso é um problema para ser resolvido no campo.

A proposta pela divisão do título por serem equivalentes tampouco convence. A decisão da Taça "Roberto Gomes Pedrosa" ocorreu em 13 de dezembro (mesmo dia da segunda final entre Internacional e Flamengo pela "João Havelange"), quando após um empate nos pênaltis, os times desistiram de seguir as cobranças; e o título acabou indo para o Sport. Mas esse não é o jogo do título brasileiro, apesar de ser esse o equivalente ao conquistado pelo Flamengo. Após a decisão dos módulos, haveria um quadrangular em turno único entre Flamengo, Internacional, Sport e Guarani (campeões e vices dos módulos) para decidir o campeão nacional. Com a recusa dos clubes do Módulo Verde de participar da Fase Final, organizou-se uma disputa em ida-e-volta entre Sport e Guarani. Em 7 de fevereiro do ano seguinte, o Sport bateu o Guarani por 1 a 0 e, considerando que a partida de ida terminara em 1 a 1, sagrou-se campeão brasileiro de 1987.

A melhor comparação com 1987 continua sendo o campeonato de 2000, apesar de que há similaridades também com 1993 (campeonatos disputados por 32 clubes, divididos em 2 chaves de 16, com os grandes numa e os pequenos noutra). Na Copa João Havelange, o Cruzeiro foi campeão do Módulo Azul (clubes que estariam na Primeira Divisão, mais Gama, Fluminense, Bahia, Juventude e América Mineiro), com direito a taça e tudo. Para se manter coerência, quem considera o Flamengo campeão de 1987, também deve fazer o mesmo com o Cruzeiro de 2000; já que ignora as finais. Aliás, não que tenha legitimidade, mas acredita-se que o Cruzeiro teria mais argumentos em seu favor num eventual pedido de reconhecimento de título que o Flamengo, pois o Módulo Azul era de fato a Primeira Divisão nacional. Desconhece-se, no entanto, quem o considere campeão brasileiro. Por tais razões, mantemos que os campeões de 1987 e 2000 são, respectiva e exclusivamente, Sport e Vasco da Gama.

8. Por que o Torneio dos Campeões de 1969 não é considerado campeonato nacional?
Essa é uma questão difícil, e, como para 1987, há argumentos tanto para incluir o torneio quanto para deixá-lo fora da lista.

Em 1968, houve a Taça Brasil, a Taça de Prata e dois torneios regionalizados -Norte/Nordeste e Centro/Sul- envolvendo equipes que não disputaram a Taça de Prata*. No ano seguinte, a CBD resolveu reunir os campeões desses torneios num "supercampeonato", valendo vaga a Libertadores. Na Primeira Fase, o Grêmio Maringá (Centro/Sul) venceu o Sport (Norte/Nordeste). Na Segunda Fase, o Grêmio enfrentou o Santos (Taça de Prata), valendo vaga na final contra o Botafogo (Taça Brasil). No entanto, após dois empates, a série nunca terminou. A CBD desistiu de indicar clubes para a Libertadores; Santos e Botafogo abandonaram o torneio; e o Grêmio Maringá foi proclamado campeão.

Assim, como se tratou de torneio com apenas uma edição -portanto, sendo impossível compára-lo com outros iguais- e, no fim, não ter seu campeão indicado como representante brasileiro na Libertadores de 1970, por essas razões, não se considera o título concedido ao Grêmio Maringá como equivalente a um título nacional. Se fôssemos determinar uma equivalência, cremos que esse torneio acaba por se assemelhar mais à Supercopa de 1990 que com os torneios considerados aqui como nacionais.

*Tal fórmula é a mesma que reaparece na Segunda Divisão de 1971, mas com uma fase final integrando e nacionalizando as competições; algo que não ocorreu em 1968.

9. Por que as Supercopas de 1990 e 1991 não estão incluída?
9b. Se houvesse ocorrido outras edições, quais seriam os campeões?

A Supercopa de 1990, disputada entre os campeões da Copa do Brasil (Grêmio) e do Campeonato Brasileiro (Vasco) do ano anterior através de seus confrontos válidos pela Libertadores, não se encaixa em absolutamente nenhum critério estabelecido para determinar um campeão nacional: não faz parte da linha-de-continuidade da liga nacional; nem se trata de taça classificatória a Libertadores. De novo, reitera-se que não se está retirando título de ninguém; o Grêmio continua campeão da Supercopa de 1990 (2-0, 0-0). Apenas não se deve creditar a isso equivalência a título nacional. O torneio vale uma Supercopa, nada mais; mas tampouco nada menos. A edição de 1991 foi em jogo único na sede do campeão do Campeonato Brasileiro. O Corinthians bateu o Flamengo por 1 a 0 e foi campeão.

Apesar da edição de 1991, o torneio poderia ter muito bem seguido com as mesma regras até 1999 (haveria dois campeões em 1991, já que o Flamengo levou a melhor nos confrontos pela Libertadores). De 2000 em diante, o título poderia ser dado para o clube brasileiro com melhor campanha na Fase de Grupos da Libertadores. A CBF teria condições para reconhecer tais títulos retroativamente sem problemas, caso houvesse algum interesse.


Acrescentando apenas gols marcados fora de casa como desempate extra, onde aplicável, os campeões seriam: Corinthians, 5 (1991/1996/2003/2010/2016); Palmeiras, 5 (1994/1995/1999/2018/2019); Grêmio, 4 (1990/1997/2009/2014)Santos, 3 (2004/2005/2007)Flamengo, 2 (1991/1993); Vasco da Gama, 2 (1998/ 2001); Fluminense, 2 (2008/2012); Internacional, 2 (2006/2015); São Paulo, 1 (1992); Atlético Paranaense, 1 (2000); São Caetano, 1 (2002); Cruzeiro, 1 (2011); Atlético Mineiro, 1 (2013); Botafogo (2017). 

10. Quem são os campeões invictos?
Foram conquistados ao todo 15 títulos invictos por 9 clubes diferentes. Santos, Cruzeiro e Grêmio possuem 3 títulos cada; Internacional, Corinthians, Fluminense, Flamengo, Criciúma e Palmeiras têm um.

O pioneiro foi o Fluminense, em 1957; mas o título mais expressivo é o do Internacional, em 1979, com 23 partidas de invencibilidade. Outro feito digno de registro são as três Taça Brasil consecutivas -1963/1965- conquistas pelo Santos de forma invicta, com 13 vitórias em 14 jogos.

Eis a relação dos invictos, ordenada por número de vitórias:

16 vitórias
1979, Liga - Internacional: 23j; 16v, 7e; 40gp, 13gc; 27s.
8 vitórias
2012, Taça - Palmeiras: 11j; 8v, 3e; 23gp, 6gc; 17s.
2003, Taça - Cruzeiro: 11j; 8v, 3e; 29gp, 12gc; 17s.
1995, Taça - Corinthians: 10j; 8v, 2e; 21gp, 3gc; 18s.
7 vitórias
2000, Taça - Cruzeiro: 11j; 7v, 4e; 24gp, 10gc; 14s.
1957, Liga - Fluminense: 9j; 7v, 2e; 23gp, 11gc; 12s.
1989, Taça - Grêmio: 9j; 7v, 2e; 25gp, 4gc; 21s.
1966, Taça - Cruzeiro: 8j; 7v, 1e; 23gp, 7gc; 16s.
6 vitórias
1990, Taça - Flamengo: 10j; 6v, 4e; 20gp, 5gc; 15s.
1991, Taça - Criciúma: 10j; 6v, 4e; 14gp, 3gc; 11s.
1994, Taça - Grêmio: 10j; 6v, 4e; 13gp, 5gc; 8s.
5 vitórias
1997, Taça - Grêmio: 10j; 5v, 5e; 19gp, 12gc; 7s.
1964, Taça - Santos: 6j; 5v, 1e; 20gp, 5gc; 15s.
4 vitórias
1963, Taça - Santos: 4j; 4v; 15gp, 4gc; 11s.
1965, Taça - Santos: 4j; 4v; 11gp, 4gc; 7s.
3 vitórias
1960, Taça - Palmeiras: 4j; 3v, 1e; 12gp, 3gc; 9s.
O Palmeiras, campeão da Copa do Brasil 2012, é o último invicto.

11. Quantos títulos brasileiros já foram disputados ao todo até agora?
11b. Quais foram o 1º, o 10º, o 25º, o 50º, o 75º e o 100º campeão brasileiro?
11c. Quais as competições com maior número de participantes?

Foram disputados 106
títulos ao total, sendo que em duas temporadas houve divisão (ver questões 5). Os campeões dos jubileus são os seguintes:

a) o primeiro campeão foi o Corinthians, em 1950 (liga);
b) o décimo: Bahia, 1959 (taça);
c) o 25º: Palmeiras, 1967 (liga);
d) o 50º: Vasco da Gama, 1989 (liga);
e) o 75º: Flamengo, 2001 (taça); e

f) o 100º: Flamengo, 2013 (taça).

Uma ressalva a essa resposta é que o Bahia, de fato e de direito, quando conquistou a Taça Brasil de 1959 ter sido considerado o primeiro campeão brasileiro. À época, isso era absolutamente verdadeiro. No entanto, o fato de o Rio-São Paulo/Roberto Gomes Pedrosa ter, posteriormente, evoluído no atual Campeonato Brasileiro, tal transformação acarretou em, retroativamente, o Corinthians passar a ser o primeiro campeão brasileiro.

Quanto ao número de participantes, houve grande variação na história. E não somente entre torneios de liga e de taça, mas entre torneios de mesmo gênero. Caso considere-se participação ter chance de disputar o título, a Copa João Havelange é o torneio com maior número de participantes: 114. Eis os torneios de liga com maior número de clubes, por ordem (acima de 70):

1. 2000 - 114 clubes
2. 1980 - 104
3. 1979 - 94
4. 1981 - 88
5. 1986 - 80
6. 1982/1983 - 76
8. 1978 - 74
9. 1984 - 72

Entre 2001 e 2012, as Copa do Brasil foram disputadas por 64 clubes. A partir de 2013, serão disputadas por 86.

12. Como fica a divisão dos títulos por estado?
Ao todo, clubes de nove estados já foram campeões. Os paulistas, sem surpresas, dominam tanto no geral quanto em ligas e taças:

1º. SP - 52 (35 ligas, 17 taças), com 8 clubes (6/5)
2º. RJ - 28 (21 ligas, 7 taças), com 4 clubes (4/4)
3º. RS - 12 (5 ligas, 7 taças), com 3 clubes (2/3)
4º. MG - 12 (4 ligas, 8 taças), com 2 clubes (2/2)
5º. PR - 3 (2 ligas, 1 taça), com 2 clubes (2/1)
E6º. BA - 2 (1 liga, 1 taça), com 1 clube
E6º. PE - 2 (1 liga, 1 taça), com 1 clube
E8º. PA - 1 (1 taça), com 1 clube
E8º. SC - 1 (1 taça), com 1 clube

Os títulos divididos já estão considerados.

13. Quem são os maiores vice-campeões? [desatualizado]
Ao todo, 27 clubes conquistaram vice-campeonatos. Piadas à parte, o clube com mais vice-campeonatos é o Vasco da Gama, com 10. O vice, nesse quesito, é o Santos, com 9.

Dentre os 10 clubes que nunca foram campeões mas foram vice, há um tríplice empate entre São Caetano (SP), Vitória (BA) e Fortaleza (CE), com 2. Bangu (RJ), Bragantino (SP), Brasiliense (DF), Ceará (CE), Figueirense (SC), Goiás (GO) e Náutico (PE) completam a lista dos não-campeões que "morreram na praia", com um vice cada.

No passo contrário, Paysandu, Juventude, Criciúma, Santo André e Paulista são os clubes que foram campeões sem ser vice em nenhuma outra oportunidade.

14. Quais as principais fontes do site?
Além de outros, principalmente os sites Bola na Área, RSSSF Brasil e Campeões do Futebol, apesar de nenhum deles defender exatamente o posicionamento aqui adotado.

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Mande suas perguntas para campeoesbrasileiros@gmail.com; ou deixe um comentário aqui mesmo.

Os Clubes Campeões do Brasil no Futebol

1. Sociedade Esportiva Palmeiras; São Paulo, SP: 16
(1951 / 1960 / 1965 / 1967 / 1967 / 1969 / 1972 / 1973 / 1993 / 1994 / 1998 / 2000 / 2012 / 2015 / 2016 / 2018)

- Liga: 10 - 2º
* (1951 / 1965 / 1967 / 1969 / 1972 / 1973 / 1993 / 1994 / 2016 / 2018)
- Taça: 6 - E1º
* (1960 / 1967 / 1998 / 2000 / 2012 / 2015)
2. Sport Club Corinthians Paulista; São Paulo, SP: 13
(1950 / 1953 / 1954 / 1966 / 1990 / 1995 / 1998 / 1999 / 2002 / 2005 / 2009 / 2011 / 2015 / 2017)

- Liga: 10 - 1º
* (1950 / 1953 / 1954 / 1966 / 1990 / 1998 / 1999 / 2005 / 2011 / 2015 / 2017)
- Taça: 3 - 6º
* (1995 / 2002 / 2009)
3. Santos Futebol Clube; Santos, SP: 11
(1959 / 1961 / 1962 / 1963 / 1963 / 1964 / 1964 / 1965 / 1966 / 1968 / 2002 / 2004 / 2010)

- Liga: 5 - 6º
* (1959 / 1963 / 1964 / 1966 / 1968 / 2002 / 2004)
- Taça: 6 - E1º
* (1961 / 1962 / 1963 / 1964 / 1965 / 2010)
4. Clube de Regatas do Flamengo; Rio de Janeiro, RJ: 11
(1961 / 1980 / 1982 / 1983 / 1990 / 1992 / 2001 / 2006 / 2009 / 2013 / 2019)

- Liga: 7 - 3º
* (1961 / 1980 / 1982 / 1983 / 1992 / 2009 / 2019)
- Taça: 4 - 5º
* (1990 / 2001 / 2006 / 2010)
5. Cruzeiro Esporte Clube; Belo Horizonte, MG: 10
(1966 / 1993 / 1996 / 2000 / 2003 / 2003 / 2013 / 2014 / 2017 / 2018)

- Liga: 3 - E8º
* (2003 / 2013 / 2014)
- Taça: 7 - 1º
* (1966 / 1993 / 1996 / 2000 / 2003 /2017 / 2018)
E6. Fluminense Football Club; Rio de Janeiro, RJ: 7
(1957 / 1960 / 1970 / 1984 / 2007 / 2010 / 2012)

- Liga: 6 - 4º
* (1957 / 1960 / 1970 / 1984 / 2010 / 2012)
- Taça: 1 - E7º
* (2007)
E6. Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense; Porto Alegre, RS: 7
(1981 / 1989 / 1994 / 1996 / 1997 / 2001 / 2016)

- Liga: 2 - E10º
* (1981 / 1996)
- Taça: 5 - 4º
* (1989 / 1994 / 1997 / 2001 / 2016)
8. Clube de Regatas Vasco da Gama; Rio de Janeiro, RJ: 6
(1958 / 1966 / 1974 / 1989 / 1997 / 2000 / 2011)

- Liga: 5 - 7º
* (1958 / 1966 / 1974 / 1989 / 1997 / 2000)
- Taça: 1 - E7º
* (2011)
9. São Paulo Futebol Clube; São Paulo, SP: 6
(1977 / 1986 / 1991 / 2006 / 2007 / 2008)

- Liga: 6 - 4º
* (1977 / 1986 / 1991 / 2006 / 2007 / 2008)
10. Sport Club Internacional; Porto Alegre, RS: 4
(1975 / 1976 / 1979 / 1992)

- Liga: 3 - E8º
* (1975 / 1976 / 1979)
- Taça: 1 - E7º
* (1992)
11. Botafogo de Futebol e Regatas; Rio de Janeiro, RJ: 3
(1962 / 1964 / 1966 / 1968 / 1995)

- Liga: 2 - 9º
* (1962 / 1964 / 1966 / 1995)
- Taça: 1 - E7º
* (1968)
E12. Associação Portuguesa de Desportos; São Paulo, SP: 2
(1952 / 1955)

- Liga: 2 - E10º
* (1952 / 1955)
E12. Esporte Clube Bahia; Salvador, BA: 2
(1959 / 1988)

- Liga: 1 - E12º
* (1988)

- Taça: 1 - E7º
* (1959)
E12. Sport Club do Recife; Recife, PE: 2
(1987 / 2008)

- Liga: 1 - E12º
* (1987)
- Taça: 1 - E7º
* (2008)
E12. Clube Atlético Mineiro; Belo Horizonte, MG: 2
(1971 / 2014)

- Liga: 1 - E12º
* (1971)
- Taça: 1 - E7º
* (2014)
E12. Clube Athletico Paranaense; Curitiba, PR: 2
(2001 / 2019)
- Liga: 1 - E12º
* (2001)
- Taça: 1 - E7º
* (2019)
E17. Guarani Futebol Clube; Campinas, SP: 1
(1978)
- Liga: 1 - E12º
* (1978)
E17. Coritiba Foot Ball Club; Curitiba, PR: 1
(1985)
- Liga: 1 - E12º
* (1985)
E17. Criciúma Esporte Clube; Criciúma, SC: 1
(1991)
- Taça: 1 - E7º
* (1991)
E17. Esporte Clube Juventude; Caxias do Sul, RS: 1
(1999)
- Taça: 1 - E7º
* (1999)
E17. Paysandu Sport Club; Belém, PA: 1
(2002)
- Taça: 1 - E7º
* (2002)
E17. Esporte Clube Santo André; Santo André, SP: 1
(2004)
- Taça: 1 - E7º
* (2004)
E17. Paulista Futebol Clube; Jundiaí, SP: 1
(2005)
- Taça: 1 - E7º
* (2005)


Nota 1: Os anos escritos em cinza claro correspondem aos títulos divididos. Para maiores informações, por favor conferir a resposta às questões 5 na seção "Perguntas Freqüentes".
Nota 2: Quando há um "E" antes da posição, como, por exemplo, 'E15', isso significa que o clube está empatado com outros nessa posição (no caso do exemplo, 15º lugar).